
Enquanto a maioria das empresas demite, a empresária de moda Luciane Cachinski conta que passou de 4 para 18 funcionárias para acompanhar a demanda que aumentou quatro vezes, mesmo durante a pandemia. “Logo em março tivemos em minha cidade 14 dias de lockdown e fiquei preocupada pelo fato de vestuário não ser segmento essencial. Comecei a postar diariamente vídeos com diferentes looks. Quando voltamos do lockdown, cheguei a demitir uma das costureiras com medo da crise, mas tive que chamar de volta em virtude do resultado das postagens que havia feito. Passados quatro meses, aumentamos também a linha de produção”, conta a empresária que se prepara para ocupar nesta semana um espaço de 500 m² de área fabril, ante os antigos 150m².
Ela credita o resultado a um investimento em cursos de capacitação de como usar a marca pessoal nos negócios e ser uma influenciadora para seu nicho. A criação de um canal no Youtube, lembra, foi a grande virada que a fez reativar a loja online que estava parada há um ano. Hoje, com 318 mil inscritos no YouTube e quase 59 mil seguidores no Instagram, diz ter descoberto que uma verdadeira paixão além da moda: a comunicação.
A podóloga e esteticista Alexsandra Nogueira

A influência nas redes sociais também foi um porto seguro para a podóloga e esteticista Alexsandra Nogueira. Ela, assim como Luciane, estava investindo em um posicionamento profissional nas redes sociais – hoje com aproximados 9 mil seguidores no Instagram e 1 mil no Youtube, criado recentemente – e diz ter descoberto durante o isolamento como já influenciava os profissionais da área. “Eu não tinha como atender clientes, nem realizar meus cursos presencialmente. Me perguntei: como oferecer cursos, mesmo que virtualmente, para outros profissionais que estavam com a renda comprometida pelo fechamento dos salões? Reduzi os valores das inscrições e ofereci uma turma. Vendi 118 vagas em 48 horas. Desde março, já foram 415 inscrições feitas”, relata.
Alê Nogueira, como é conhecida pelas seguidoras, viu a renda aumentar de R$ 6 mil para R$ 18 mil e atualmente negocia com marcas da indústria de podologia o lançamento de um kit de hidratação podal que levará seu nome. Sobre ter ficado famosa entre colegas da área, comenta: “tem aluna que diz ficar emocionada quando fala comigo. Eu mesma não acredito no que está acontecendo”.
Dani Almeida, especialista em comunicação e influência digital
Dani Almeida, especialista em comunicação e influência digital, que chegou à casa de 4.950 alunos de cursos e mentorias sobre como ser reconhecido no mundo digital, conta que, apenas nos últimos quatro meses, recebeu cerca de 300 solicitações de pessoas que desejam se fortalecer nas redes sociais para alavancar vendas de produtos e serviços e se manterem economicamente seguras.
Em um levantamento feito pela especialista, com 1.108 entre donos de pequenos e médios negócios, profissionais liberais e gestores de redes sociais (social media), foi registrado que 83,7% acredita que as redes sociais podem ajudar a faturar, mas não sabe como fazer vendas usando a internet. Quando perguntados se eles são a imagem do seu negócio nas redes (influenciadores do próprio negócio), só metade afirma ter uma comunicação humanizada. O mesmo levantamento mostrou que 75,7% não sabe como atrair clientes no online e 88,7% diz não saber que tipo de conteúdo gerar para faturar online.

“Em um cenário onde todo mundo já entendeu que precisa influenciar para faturar, a pesquisa indica como as pessoas ainda não estão preparadas. Os consumidores estão buscando se conectar cada vez mais com pessoas no mundo digital, não com logotipos. Isso é imprescindível para estabelecer um elo de confiança. Pessoas confiam em pessoas. Ainda mais em momentos de crise. É preciso especialização”, destaca a especialista que há três anos vem orientando esses pequenos e médios empresários com aulas que vão desde profissionalizar suas redes sociais, desenvolvendo estratégias de vendas em diferentes canais, até conquistar autoridade no mundo online.
Ela conta que 53% dos alunos que procuram por suas aulas afirmam precisar das redes sociais para vender, 31% almeja apenas criar conteúdo sem foco em vendas, enquanto 16% são de pessoas que desejam trabalhar com mídias digitais. Segundo a especialista, um universo oposto se considerar anos atrás, quando o perfil de alunos era, majoritariamente, de pessoas que buscavam se tornar embaixadores de marcas. “Todos somos influenciadores. A dinâmica de oferta, atendimento e vendas mudou e a pandemia está aqui para provar que os profissionais que se reinventaram conseguiram manter ou aumentar sua renda como empreendedores influenciadores”, completa.
FONTE: VAREJO S.A
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