A equipe da Varejo S.A. cobriu o evento ''figital'', e destacou 8 pontos que vão ajudar os varejistas a tornarem seus negócios mais competitivos este ano
Nesta terça-feira (1º/2), a Gouvêa Experience realizou no Teatro Santander, em São Paulo, o Interactive Retail Trends, evento que aproximou o público brasileiro das discussões do ‘NRF 2022: Retail Big Show’ – maior evento do setor de varejo no mundo, encerrado há pouco mais de 10 dias, em Nova Iorque.
No encontro “figital” (presencial e virtual), foram abordados temas como a evolução de negócios digitais, iniciativas relacionadas a ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) e DE&I (Diversidade, Equidade e Inclusão), entre outros assuntos. Entre os palestrantes, destaque para Abilio Diniz, presidente do Conselho de Administração da Península Participações e membro do Conselho de Administração do Carrefour Global; Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza; e Fábio Faria, ministro das Comunicações.
A equipe da Varejo S.A. cobriu o evento pós-NRF e destacou 8 conceitos-chave que vão acelerar os negócios em 2022. Confira:
1 – Sociedade 5.0
O COO da Gouvêa Ecosystem, Eduardo Yamashita, falou sobre as inovações no varejo, norteadas pela Sociedade 5.0:
A experiência do consumidor será customizada nos mundos virtual e físico, orientada pela coleta de dados gerados por dispositivos inteligentes e analisados por inteligências artificiais. “O conceito da Sociedade 5.0 basicamente diz que nós vamos incorporar as tecnologias que desenvolvemos nas últimas décadas de forma a melhorar as vidas humanas”, diz Yamashita.
Com os dados coletados, os varejistas poderão conhecer os consumidores com muito mais profundidade, entender o comportamento deles, customizar interações e automatizar decisões.
2 – Lojas físicas
Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da Gouvêa Malls, discutiu a reinvenção dos espaços comerciais. Segundo ele, hoje, as lojas servem para:
Adquirir novos clientes;
Capturar informações dos consumidores;
Permitir a interação com produtos;
Facilitar a logística;
Oferecer mais conveniência;
Possibilitar descobertas;
Atuar como canal de mídia para as marcas;
Engajar consumidores;
Prover serviços;
Vender.
3 – Pragmatismo
Marco Stefanini trouxe dicas pragmáticas que vão fazer a diferença para as empresas brasileiras:
Se no início da pandemia se dizia que o caixa era o rei, agora, este reinado também diz respeito ao abastecimento. O abastecimento impacta na experiência do consumidor, na imagem da marca e na competitividade e resultados da empresa.
A multicanalidade exige constância e uma relação mais personalizada, próxima e transparente com o consumidor.
O desafio das empresas é conquistar os ‘brand lovers’ (algo como ‘fãs de carteirinha’), um passo que vai além da fidelização. Os ‘brand lovers’ são gerados por meio da confiança e experiência inesquecível. Para isso, é preciso conhecer plenamente o cliente, focar na pessoa e não na persona, antever as necessidades dos consumidores e cultivar o relacionamento permanentemente.
Investir em tecnologia é essencial para lidar com estes desafios. A inteligência estendida, que soma a inteligência artificial com a automação de processos de negócio, é o caminho para isso.
Deve-se investir em segurança digital, garantindo a integridade dos dados pessoais do cliente.
4 – Metaliderança
Cristina Souza, CEO da Gouvêa Foodservice, apresentou o conceito de metaliderança e discutiu a importância da diversidade nas empresas. A palestra contou com a participação de Paulo Camargo, CEO da Arcos Dorados, franquia responsável pela operação do McDonald’s na América Latina e Caribe. Confira alguns temas discutidos:
Os líderes devem reconhecer seus limites e fragilidades, e saber a hora de pedir ajuda para seus parceiros.
Trazer pessoas com várias formações e origens pode aproximar a empresa de seu consumidor final e torná-la mais inovadora.
A metaliderança é uma tendência. “Quem vai entregar ou não a experiência do cliente é o colaborador. Para isso, ele tem que ter a experiência dele. Temos focado muito nisso de diversas formas, uma delas é dar liberdade de errar”, afirma Camargo.
Os líderes devem ser cada vez mais empáticos com suas equipes. “As pessoas precisam se conectar às estratégias e devem sair de uma reunião se sentindo melhores do que entraram”, diz o CEO da Arcos Dorados.
5 – Digital
Carlos Augusto Carvalho, CEO e cofundador da Truppe, falou sobre o cenário atual e as tendências para os negócios digitais:
Mais de 70% da população está conectada; mais de 45% das empresas com faturamento de R$ 1 bilhão investem em transformação digital (TD); e mais de 30% dos negócios desenvolvem estratégias de TD.
Para transformar digitalmente o negócio, é preciso: inovar, mudar culturalmente a empresa, investir em automação e inteligência artificial e definir métricas e medir resultados.
Tendências tecnológicas: Inteligência Artificial, Sistemas Autônomos, Hiperautomação e Metaverso.
6 – 5G
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, falou sobre a tecnologia 5G e o metaverso:
O 5G permitirá conexões mais rápidas, possibilitando aplicações de objetos e cidades inteligentes.
O novo ambiente virtual do metaverso transformará o consumo nos próximos anos. “O metaverso vai chegar de forma muito mais rápida com o 5G”, diz Fábio Faria.
As empresas terão que se adaptar ao metaverto. O Walmart já vende qualquer produto em suas lojas no mundo virtual.
No futuro, os drones serão utilizados para levar as mercadorias compradas no metaverso para a casa dos clientes. Hoje, o iFood tem autorização da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para o uso diário comercial de entregas de delivery com drones.
A tendência de transporte autônomo, que deverá ser acelerada nos próximos 10 anos, vai impactar diretamente o varejo, principalmente nas entregas last mile, além dos centros de distribuição das companhias.
A automação também facilitará a liberação de importados nos portos e aeroportos.
7 – Meios de pagamentos
Em sua palestra, Pedro Coutinho, CEO da GetNet e presidente da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito), destacou que:
O setor de meios de pagamento no Varejo teve grande evolução nos últimos anos, especialmente durante a pandemia.
O setor de meios de pagamento fechou o ano de 2021 com 54% de representatividade e deve fechar 2022 em 60%.
O pagamento dos auxílios emergenciais, o uso do aplicativo “Caixa Tem” e as compras online contribuíram para a digitalização da economia.
As compras não presenciais, ou seja, online, cresceram 41% no ano passado. A expectativa para este ano é de que cresçam mais de 30%, o que fará com que atinjam o equivalente a 26% do total da indústria.
Hoje, uma em cada três compras feitas com cartões no Brasil já é realizada por meios digitais e não presenciais.
O PIX reduziu a circulação de dinheiro físico no comércio e no varejo brasileiro, algo que tinha um custo altíssimo para o setor.
8 – Desempenho econômico
Abilio Diniz analisou o cenário político-econômico brasileiro e mundial e fez algumas projeções:
O desemprego e a inflação são problemas globais. “A nossa inflação está acima de 10%, mas nos Estados Unidos está acima de 7%. Não podemos dizer que estamos bem, mas estamos próximos daquela que é considerada a maior economia do mundo. A Europa, que passou dez anos com deflação, agora tem inflação de 5%”, disse.
O PIB deve crescer este ano, ainda que não de forma expressiva. O fato de a taxa de desemprego ter caído de 14% para 11% prova que o País está em recuperação. “Em 2020 caímos 4,1% e os EUA caíram 4,7%. Em 2021, a expectativa é que os EUA tenham crescido um pouco mais de 5% e nós, mais de 4%. É importante olharmos para esses números e vermos que nem tudo está ruim”.
FONTE: Varejo SA
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